Ficar em casa – prisão ou descobertas - Naturallis
Fique em casa

Ficar em casa – prisão ou descobertas

Nesses tempos de pandemia, onde aparentemente estamos vivendo aqueles blockbusters de Hollywood, pode parecer simples ficar em casa reclusos para se proteger de uma possível contaminação pelo Coronavírus.

Simplesmente deixamos nossas atividades cotidianas e para aqueles que podem, optamos por passar a fazer o tal de Home Office, que nada mais é do que trabalhar em casa. Trabalho esse que se baseia em contatos através da internet, programas e plataformas que permitem aos profissionais, continuarem a executar suas funções a distância.

A princípio parece que tudo vai ser as mil maravilhas e vai se  parecer com aquelas pessoas que equivocadamente vão para a praia e acham que estão de férias. Não são férias, continua sendo um trabalho remoto.

Porém, a dinâmica do tempo em casa, e não me pergunte porque, parece ser completamente diferente. Quando você está circulando de um lugar para outro ou dentro do seu ambiente de trabalho acompanhado de outras pessoas o tempo passa diferente. Literalmente, “o tempo passa mais devagar” nessa nova rotina.

Depois de fazer suas obrigações “on line”, assistir os novos episódios de sua série favorita e assistir novamente a trilogia  “O senhor dos anéis”, as coisas começam a ficar meio entediantes e a cabeça começa a produzir alguns novos monstros.

Desse momento em diante, chega a exata hora de pensar em como não deixar esses monstros te dominarem. Conseguir criar situações talvez nunca vividas e que me parecem podem ser transformadoras em definitivo.

Isso tudo que tenho relatado, por própria experiência, tem muito a ver com uma palavra que até então eu achava sinônimo de vagabundagem : Ócio. 

O significado real dessa palavra é : cessação do trabalho; folga, repouso, quietação, vagar, espaço de tempo em que se descansa.

Mas como aproveitar melhor esse tempo que vai ficar em casa?

Nós podemos melhorar muito essa palavra acrescentando na frente dela outra palavra que vai ajudar em muito nosso relógio biológico. E assim dar-nos um pouco de folga mental. É de” Ócio criativo” que estou falando.

Essa criatividade não se trata de pintar novamente “A Monalisa”. Mas sim de fazer novas coisas ou voltar a fazer coisas que a décadas você não fazia. Indo mais longe arrisco a dizer que aprender a fazer novas atividades, sim, seria o auge desse processo de remodelação do ócio.

Tudo isso que escrevi acima, me apareceu nos pensamentos depois que terminei um livro que achei muito intrigante e revelador. Foi escrito por um italiano chamado Domenico de Masi e se chama “Uma simples Revolução – trabalho, ócio e criatividade – novos rumos para uma sociedade perdida.

Resumidamente, se trata de como o ser humano abandonou o uso do seu tempo para se dedicar inteiramente ao trabalho e as conquistas materiais de curto prazo. Como nosso tempo aqui nesse planeta é finito, creio que pensar sobre essas questões nos torna donos de nosso tempo e de como queremos lidar com ele.

Aproveite esse tempo para se reinventar e aprender.

Ler um livro, ouvir uma boa música e até aprender a tocar um instrumento. Essas são coisas que nos ajudarão a seguir em frente e conviver melhor em uma sociedade que hoje, é movida pelo ódio e pelas diferenças, preconceitos e desigualdades. Fazendo útil o ato de ficar em casa

Esse texto, que não tem a menor pretensão de impor pensamentos a ninguém, foi feito por alguém que também está em casa tentando se proteger e lidar com todos os labirintos mentais que acontecem na solidão.

Enfim, testem novos pratos na cozinha com a ajuda dos seus filhos, isso sim é convivência. Assistam e leiam os clássicos imortais e sempre na presença de uma boa música. Aquela que você gosta, claro. Assim depois que toda essa tempestade passar, podemos sair dela com novas idéias e perspectivas. E principalmente mudanças de comportamentos para tornar nossa existência mais tranquila e pacífica. 

“Para todos que estão em casa” 

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